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Temporal marca último dia de inverno no Paraná

Meteorologistas destacam que um ciclone em desenvolvimento no litoral gaúcho se uniu a uma frente fria, agravando o mau tempo

Temporal marca último dia de inverno no Paraná
Foto: Assessoria/ Prefeitura de Dois Vizinhos | Equipes trabalharam na remoção de um posto que caiu sobre a Avenida Rio Grande do Sul, em Dois Vizinhos. O trânsito precisou ser interditad

O inverno de 2025, o mais frio dos últimos 20 anos na região, se despediu com temporais e rajadas de vento que causaram estragos em várias cidades do Paraná e de Santa Catarina. Em Francisco Beltrão, os ventos chegaram a 85 km/h no domingo, 21, com destelhamentos, quedas de árvores e falhas no fornecimento de energia. No Sudoeste, mais de 23 mil residências ficaram sem luz.

O domingo amanheceu com céu aberto em grande parte do Estado, mas logo as nuvens carregadas se formaram. Em Francisco Beltrão, as primeiras rajadas ocorreram por volta das 10h, acompanhadas de chuva. Os bairros Vila Nova e Industrial foram os mais atingidos, com queda de energia que só começou a ser restabelecida depois das 18h. Ainda na segunda-feira, algumas residências continuavam com instabilidade na rede elétrica.

Segundo Josmar Ramos, observador meteorológico do IDR-Iapar, o cenário já era esperado. “Os alertas indicavam temporais em várias regiões do Paraná, inclusive no Sudoeste, e realmente se confirmaram. Com as altas temperaturas registradas — no sábado chegamos a 32 graus — o calor e o abafamento favoreceram a formação de temporais. No domingo, mesmo amanhecendo com céu aberto, já havia previsão de chuva com temporal.”

A Defesa Civil estadual começou a receber chamados ainda durante a manhã de domingo. Até as 9h, havia registro de 1,6 mil pessoas afetadas e oito desalojadas. Dois Vizinhos foi o município mais impactado no Sudoeste, com 1,2 mil pessoas atingidas e cerca de 400 casas danificadas. Também entraram no boletim Marmeleiro, Coronel Domingos Soares, Guarapuava, Nova Santa Rosa, Ponta Grossa e Renascença.

Ventos acima de 100 km/h em cidades do Paraná

O Simepar registrou rajadas que ultrapassaram 100 km/h em várias cidades. Em Santo Antônio da Platina, os ventos chegaram a 105,8 km/h. Em Ubiratã, a marca foi de 121 km/h na madrugada de segunda-feira. Na Região Metropolitana de Curitiba, os ventos assustaram os moradores durante a madrugada. A capital teve rajadas próximas a 60 km/h, enquanto em São José dos Pinhais os equipamentos do aeroporto Afonso Pena registraram 77,7 km/h.

Laranjeiras do Sul, Cascavel, Santa Maria do Oeste, Palmas, Cerro Azul e Campo Mourão também tiveram registros acima dos 70 km/h. Em Francisco Beltrão, o pico ocorreu às 11h45, com 85,7 km/h.

A fachada da Buono Dilate cedeu depois que a platibanda do prédio da família Soranso foi arrancada pela força dos ventos. Mauro Lucini, proprietário da Buono, relatou que os danos foram apenas materiais. “Esse temporal que atingiu toda a cidade formou um vento nesta região e derrubou a platibanda do prédio, acertando o toldo e a fachada. O que estava embaixo foi amassado. A sorte é que não havia nenhuma pessoa por perto.”

Tempestade causou estragos no Sudoeste

A Copel informou que cerca de 23 mil unidades consumidoras ficaram sem energia no Sudoeste. Os municípios mais afetados foram São Jorge d’Oeste, com 4,6 mil desligamentos, Coronel Domingos Soares, com 2,5 mil, e Dois Vizinhos, com 2,3 mil. Em Francisco Beltrão, 1,2 mil consumidores ficaram sem luz. Chopinzinho, Cruzeiro do Iguaçu, Saudade do Iguaçu, Nova Esperança do Sudoeste, Manfrinópolis e Boa Esperança do Iguaçu também foram afetadas.

Em Palmas, Capanema, Marmeleiro, São João, Ampère, Renascença e Verê, os danos foram menores, mas ainda somaram centenas de desligamentos. As equipes da companhia trabalharam durante todo o dia e o serviço de restabelecimento continuou na segunda-feira.

No Oeste catarinense, São Lourenço do Oeste registrou estragos em cerca de 40 casas, com destelhamentos, queda de árvores, outdoors e placas de sinalização. Os bairros mais atingidos foram Progresso, São Francisco, Perpétuo Socorro e Santa Catarina. O Corpo de Bombeiros distribuiu cerca de 2 mil metros de lna para as famílias.

Primavera chega com previsão de dias mais quentes e influência do La Niña

Os dados meteorológicos indicam que a primavera deste ano será marcada por temperaturas mais elevadas e deve sofrer influência do La Niña. De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos Estados Unidos, o fenômeno climático está em formação. No Sul do Brasil, a tendência é de redução das chuvas, tanto na quantidade quanto na frequência, intercalada por períodos de tempo seco e altas temperaturas.

Segundo a meteorologista do Inmet, Danielle Ferreira, o fenômeno modifica a circulação atmosférica. As frentes frias passam mais rapidamente pela Região Sul e acabam levando chuvas para o Sudeste e até parte do litoral do Nordeste.
Na avaliação de Josmar Ramos, o principal destaque da primavera será a elevação progressiva das temperaturas. “Podemos ter ondas de calor já neste início, com dias mais ensolarados, pouca cobertura de nuvens e temperaturas chegando a 35 graus em algumas cidades da região.”
Mesmo com previsão de chuvas abaixo da média no Sul, os temporais não estão descartados. Rajadas de vento, descargas elétricas e até granizo podem ocorrer em episódios isolados, como já aconteceu no último fim de semana do inverno.

Outubro é o mês mais chuvoso

Josmar lembra ainda que, historicamente, outubro é o mês mais chuvoso do ano e que essa característica pode se repetir mesmo sob influência do La Niña.
“A primavera é marcada por instabilidade, justamente pela transição entre o frio e o calor mais intenso. Por isso, apesar do cenário de estiagem em alguns períodos, é importante considerar a possibilidade de chuvas fortes e rápidas, que podem causar transtornos”, explicou.

Inverno histórico

O inverno de 2025 encerrou-se no domingo, 21. Foi o mais frio dos últimos 20 anos, com destaque para a geada de 25 de junho, sem precedentes nos registros iniciados em 2000. Até a metade de setembro eram registradas temperaturas abaixo dos 10 graus, situação que não ocorria nos últimos invernos nesta época do ano.

Ciclone intensificou as tempestades

O meteorologista Leonardo Furlan, do Simepar, explica que a formação de dois sistemas de baixa pressão — um entre o Paraguai e o nordeste da Argentina, e outro na altura do Uruguai, sobre o oceano — favoreceu a tempestade. “A formação de uma frente fria associada a este ciclone em desenvolvimento no litoral gaúcho intensificou as tempestades. Também houve contribuição do aumento do fluxo de calor e umidade que vem da Bacia Amazônica.” A tendência para os próximos dias é de temperaturas mais amenas. Nesta terça-feira, 23, as mínimas devem ficar abaixo de 10 graus em grande parte da metade sul paranaense, com possibilidade de geada fraca em Palmas e General Carneiro. As máximas não passam de 27 graus em todo o Estado.


Na quarta e quinta-feira, o tempo deve ser semelhante, com amanhecer frio e tardes mais quentes, mas sem temperaturas extremas. A partir de quinta, a previsão aponta instabilidade no litoral, com pancadas de chuva e maior cobertura de nuvens.

Fonte: JORNAL DE BELTRÃO

 

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