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Jovem inocentada após seis anos de prisão morre de câncer dois meses depois

Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, foi diagnosticada com câncer do colo do útero enquanto estava presa; Justiça negou pedidos de liberdade mesmo diante da doença.

Jovem inocentada após seis anos de prisão morre de câncer dois meses depois
Foto: Reprodução

A jovem Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, morreu em 26 de outubro, apenas 74 dias após ser absolvida das acusações que a mantiveram presa por quase seis anos no Rio Grande do Sul, segundo reportagem do g1. Durante o período em que esteve encarcerada, Damaris foi diagnosticada com câncer do colo do útero, mas teve sucessivos pedidos de revogação da prisão negados pela Justiça, sob o argumento de que não havia provas médicas suficientes sobre o agravamento de sua saúde.

Natural de Salto do Jacuí, no Noroeste do estado, Damaris foi presa preventivamente em agosto de 2019, acusada de envolvimento no assassinato de Daniel Gomes Soveral, ocorrido no fim de 2018. O Ministério Público alegava que ela teria “ajustado o assassinato” junto a outros denunciados e mantido um “relacionamento dissimulado” com a vítima para atraí-la até o local do crime. A defesa sempre negou a participação da jovem, explicando que ela apenas confidenciou ao namorado ter sido vítima de estupro por Daniel, e que ele teria cometido o crime em um ato de vingança.

Mesmo sem provas diretas, Damaris permaneceu presa em penitenciárias de Sobradinho, Lajeado, Santa Maria e Rio Pardo. Durante o cárcere, começou a apresentar sangramentos vaginais e fortes dores abdominais, mas a Justiça e o Ministério Público negaram a liberdade. Em um parecer, o MP afirmou que a suposta fragilidade da ré era “mera suposição de doença”, enquanto a Justiça considerou que os documentos médicos eram apenas receituários, sem exames que comprovassem a patologia.

Somente em março de 2025, quando o estado de saúde de Damaris já estava grave, a prisão foi convertida em domiciliar para permitir tratamento oncológico, ainda que sob monitoramento por tornozeleira eletrônica. A advogada Rebeca Canabarro relatou que a cliente precisou realizar exames e procedimentos hospitalares sempre com o equipamento, mesmo em situações que exigiam mobilidade.

Em agosto, Damaris foi levada a júri popular e absolvida de todas as acusações, reconhecendo sua inocência. Dois meses depois, morreu em Santa Catarina, onde cumpria prisão domiciliar na residência da mãe.

O Tribunal de Justiça do RS afirmou que analisou três pedidos de soltura: o primeiro, em 2023, negado em todas as instâncias; o segundo, em novembro de 2024, também indeferido por falta de comprovação médica; e o terceiro, em março de 2025, quando finalmente foi concedida a prisão domiciliar. O Ministério Público destacou que só após a defesa comprovar a doença é que Damaris foi libertada.

O caso expõe falhas na condução do processo e na assistência à saúde de mulheres privadas de liberdade. Mesmo inocentada, Damaris morreu sem ver reparados os anos de prisão injusta e a demora no reconhecimento de sua condição médica, levantando questionamentos sobre a responsabilidade do Estado diante de decisões judiciais que afetam diretamente a vida e a dignidade de pessoas sob custódia.

Portal de Beltrão com informações Brasil 247

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