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Pedágios na BR-277 podem ter desviado fluxo para o Sudoeste

A percepção é de que parte desse movimento pode estar relacionada ao retorno da cobrança de pedágio na BR-277, que retornou no dia 1º de julho, o que estaria levando motoristas a desviar pela PR-182, em Ampére, seguir pela PR-483, em Francisco Beltrão, e sair na PR-280, em direção a Pato Branco

Pedágios na BR-277 podem ter desviado fluxo para o Sudoeste
Foto: Jônatas Araújo/ JdeB | Empresários e motoristas dizem que o fluxo de trânsito dos últimos meses aumentou consideravelmente no corredor Sudoeste

Motoristas e profissionais que atuam às margens das rodovias do Sudoeste têm notado, nos últimos seis meses, um crescimento considerável no tráfego de veículos, tanto pesados quanto leves.

A percepção é de que parte desse movimento pode estar relacionada ao retorno da cobrança de pedágio na BR-277, que retornou no dia 1º de julho, o que estaria levando motoristas a desviar pela PR-182, em Ampére, seguir pela PR-483, em Francisco Beltrão, e sair na PR-280, em direção a Pato Branco.

Francis Trento é proprietário da Gian Comércio de Pneus em Renascença e trabalha há 15 anos às margens da PR-280. Desde que abriu a empresa, nunca viu um fluxo de veículos tão intenso como nesses últimos meses.

“Na segunda-feira passada, fechei o faturamento da semana inteira só com os atendimentos daquele dia. Eu calculo, com base na minha demanda de trabalho, que o crescimento seja de cerca de 40%. Nós somos especializados em veículos pesados, mas tivemos de reestruturar nosso negócio para também atender carros de passeio e caminhões de baú, os Baú Sider, que aumentaram nessa estrada. Muitos vindos do Rio Grande do Sul”, diz Francis.

O empresário também registrou, na última sexta-feira, 29 de agosto, um engarrafamento em frente à entrada da cidade de Renascença, situação que descreve como muito rara, mas teme que se torne cada vez mais frequente. “Com o feriado deste domingo, o fluxo vai ser ainda maior. Eu comento com minha esposa sobre tudo isso. Eu enviei o vídeo do engarrafamento para ela. Fico preocupado com os acidentes nessas estradas. São feios, violentos. Eu mesmo evito sair. Têm sido cada vez mais frequentes e graves.”

Na avaliação de Jair Montemezo, proprietário da Borracharia Panorâmico, ao lado do Posto Panorâmico na PR-483, o peso dos pedágios pode, sim, estar influenciando no desvio. “Tem caminhoneiro que chega a cortar caminho pela Argentina, mas é um trajeto muito mais longo. O valor do pedágio em uma carreta pesa bastante, então muitos fazem a conta para tentar compensar. Mas quando os pedágios daqui entrarem em vigor, não vai fazer sentido para quem segue entre Capitão Leônidas Marques e Pato Branco. Só para quem vai em direção ao Rio Grande do Sul.”

Já para Nereu Masieiro, dono do Posto Água Branca, de Francisco Beltrão, ainda há dúvidas sobre as causas. “Creio que aumentou o movimento de caminhões, mas não sei se é por causa do pedágio ou pela colheita de milho no Mato Grosso do Sul, que segue em direção a Santa Catarina.”

Polícia Rodoviária ainda não sabe as causas, mas confirma aumento significativo

O capitão Allan Mori, comandante da 6ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual, confirma que houve aumento no trânsito, mas ainda não existe um dado que defina a quantidade de veículos que transitam pelo Sudoeste, nem a causa do aumento. Equipamentos de medição e controle do tráfego que estão sendo instalados nas rodovias devem ajudar a entender este crescimento.“Não temos equipamento que afira esse fluxo ainda, mas a EPR está instalando neste mês. A nossa impressão é de que o volume cresceu consideravelmente, principalmente de veículos pesados. Acreditamos que os pedágios possam ser um dos motivos, mas ainda não temos como afirmar em percentual.”

Apesar de diferentes percepções, a expectativa comum é de que, quando as três principais rodovias do Corredor Sudoeste – PR-182, PR-483 e PR-280 – também passarem a ter cobrança de pedágio, a tendência seja de redução do tráfego desviado, retornando à normalidade.

Aumento no número de mudanças pode ser onda migratória

Outro fator que não tem passado despercebido ao olhar atento de Francis Trento, de Renascença, é um considerável aumento de caminhões de mudanças que estão transitando pelo Sudoeste, muitos com placas do Rio Grande do Sul. “Isso pode ser sinal de que muita gente está se deslocando para a região ou passando por aqui. Tenho medo de ser o reflexo de alguma crise. Se você está bem em um lugar, você não vai se mudar. Se você muda, é porque precisou sair de onde estava.”

O aumento no número de mudanças poderia ser explicado como um “êxodo” do Rio Grande do Sul causado pelas enchentes entre abril e maio do ano passado, que afetaram diretamente mais de 2 milhões de pessoas. O impacto desta onda migratória já é objeto de estudo do professor Roberto Uebel, docente de Relações Internacionais da ESPM-SP, que apresentou um artigo alertando sobre o problema na Universidade de Victória, no Canadá.
De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, mais de meio milhão de pessoas ficaram desabrigadas devido às enchentes.

Jornal de BEltrão 

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