Um morcego encontrado dentro de uma residência do Bairro São Miguel, em Francisco Beltrão, na última segunda-feira, 14, precisou ser encaminhado à análise laboratorial para determinar se ele estava acometido pelo vírus da raiva. A moradora da residência teve contato com o sangue do animal e precisou ser encaminhada à UPA para atendimento médico e aplicação de soro antirrábico.
De acordo com o médico-veterinário Arnaldo Donatti, que atua na Vigilância Sanitária, o animal ainda estava vivo no momento da ocorrência e foi capturado para envio ao Laboratório Central do Estado (Lacen), em Curitiba. O resultado deve levar de 10 a 12 dias para ser concluído.
“Sempre pergunto se houve contato com o animal ou com fluídos. Nesse caso, a mulher relatou que não tocou no morcego, mas teve contato com sangue, provavelmente após o gato da casa ter atingido o animal. Como medida preventiva, ela foi orientada a buscar atendimento na UPA para avaliação médica e aplicação do soro”, diz o veterinário.
Matar o animal é crime ambiental: veja o que fazer
Ao encontrar um morcego em casa ou nas imediações, o ideal é não tocar no animal, nem mesmo com luvas. A recomendação é cobrir o morcego com um balde ou caixa e entrar em contato com a Vigilância Sanitária, que realiza a retirada e o encaminhamento ao laboratório.
“Não é permitido matar morcegos, pois são protegidos por lei ambiental. Quando o animal não está ferido ou em estado de suspeita, realizamos a soltura em área de preservação. Mas quando há risco, fazemos a coleta para análise”, explica o veterinário.
A Vigilância não realiza a retirada de colônias em forros ou paredes — apenas recomenda o uso de repelentes e a vedação dos acessos como medida preventiva.
E se o pet teve contato?
A raiva é uma doença que não tem cura, tanto em humanos quanto em animais. Por isso, é importante manter a vacinação do pet em dia. Donatti destaca que os felinos são os que mais interagem com morcegos, muitas vezes predando os animais. Nessas situações, o tutor deve observar o pet por dez dias.
“Se houver qualquer alteração neurológica ou o animal vier a óbito, é essencial nos comunicar. O protocolo prevê que, nesse período, não se aplique nenhuma vacina. Se ele estiver vacinado, a chance de infecção é mínima, mas o monitoramento é fundamental.”
Beltrão já teve três casos positivos em morcegos
Apesar de a raiva ser considerada uma doença controlada no município, Donatti alerta que já houve registros positivos em morcegos.
“Em oito anos que atuo na Vigilância, tivemos três morcegos que testaram positivo. Felizmente, em nenhum desses casos houve contato com pessoas ou animais de estimação. Mas o risco existe, e é por isso que o monitoramento é constante.”
Quando há confirmação de raiva em morcegos, a Vigilância realiza um trabalho de bloqueio vacinal num raio de 300 metros, orientando a vacinação antirrábica de cães e gatos das imediações.
JdeB
