O estádio do Maracanã, um dos maiores símbolos do futebol brasileiro e do Rio de Janeiro, foi incluído na lista de imóveis que o governo estadual pretende vender para quitar parte da dívida com a União.
A decisão foi aprovada nesta quarta-feira (22) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).
A inclusão do estádio foi aprovada após a CCJ alterar o projeto de lei complementar encaminhado pelo Executivo. O texto retirou 16 endereços da relação original e incluiu outros 30, entre eles o Complexo Esportivo do Maracanã e a Aldeia Maracanã.
Com as mudanças, o projeto autoriza a venda de 62 imóveis estaduais, incluindo 28 propriedades da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
Dívida com União
De acordo com a Lei Orçamentária de 2026, o estado deve pagar mais de R$ 12 bilhões ao governo federal no próximo ano.
A venda dos imóveis é vista como uma alternativa para levantar recursos e aderir ao PROPAG (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados), que permite o uso de bens públicos para abater débitos com a União.
O deputado Rodrigo Amorim, presidente da CCJ, justificou a inclusão do estádio na lista de vendas afirmando que o alto custo de manutenção do Maracanã pesa sobre os cofres públicos.
Segundo ele, cada partida de futebol gera um gasto aproximado de R$ 1 milhão ao governo estadual.
Mas o estádio não está sob concessão?
Em setembro do ano passado, o governo do Rio assinou contrato de concessão por 20 anos com o consórcio formado por Flamengo e Fluminense, que passou a administrar o Complexo Esportivo do Maracanã.
Pelo acordo, os clubes pagam R$ 20 milhões por ano ao estado e devem investir R$ 186 milhões em melhorias até o fim da concessão.
Mesmo com o contrato vigente, a inclusão do estádio na lista de imóveis a serem vendidos reacende o debate sobre o futuro do Maracanã um patrimônio histórico, cultural e esportivo do Rio.
A proposta ainda precisa passar por novas comissões e pelo plenário da Alerj antes de ser aprovada em definitivo.
SBT News