As geadas dos dias 24 e 25 de junho causaram prejuízos aos agricultores do interior de Francisco Beltrão, especialmente àqueles que trabalham com hortaliças. O Município registrou -1,4 ºC e 2,6 ºC terça e quarta-feira, respectivamente.
Na comunidade de Seção São Miguel, Sérgio João Kaupka, que há cerca de 15 anos se dedica à essa atividade com a esposa em uma área de dois hectares, contabiliza perdas significativas. O casal planta alface, almeirão, beterraba, cenoura, chicória, couve, couve-flor, brócolis, repolho. “A geada judiou bastante o que estava em fase de colheita. Queimou tudo. Cenoura e beterraba foram atingidas, mas não tanto quanto as folhosas”, relata.Seção São Miguel, interior de Francisco Beltrão: plantação de couve-flor ficou “encrespada” de gelo na terça-feira (24).
Sergio fornece produtos para a feira do Calçadão, aos sábados, e para o programa de alimentação escolar. Segundo ele, o impacto foi sentido especialmente nos canteiros de folhosas. Ele ainda não sabe estimar em valores o prejuízo. “Teve perda total em uns dois canteiros. As mais novas até devem se recuperar.”
A produção de Kaupka e da esposa gira em ciclos quinzenais. A cada 15 dias, o casal colhe o suficiente para abastecer a feira e os contratos com escolas municipais. Com o impacto do frio, a projeção é de que a oferta diminua nas próximas semanas. “Agora vai atrasar a produção. Deve levar um mês pra recompor”, explica.
Apesar do prejuízo, o agricultor afirma que manterá presença na feira, contando com as culturas menos afetadas. “Ainda tem cenoura e beterraba”, afirma. Ele destaca também que o recesso escolar ajuda neste momento. “Nas férias a gente tem duas semanas sem entrega.”
Kaupka conta que a situação é parecida em outras propriedades da região. “Muita gente está preocupada. O pessoal que trabalha com alimentação escolar perdeu muito. A geada foi generalizada.”
JB