Motoristas que trafegam pelas rodovias do Paraná encontram, em média, um ponto crítico a cada 500 quilômetros, segundo levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT). A pesquisa avaliou a malha rodoviária brasileira e analisou condições de pavimento, sinalização, acostamentos, curvas e pontes, com trabalho de campo realizado por 24 equipes ao longo de 30 dias, em julho deste ano.
No Paraná, foram analisados 6.601 quilômetros de estradas, o equivalente a 5,8% do total pesquisado no país. O estudo identificou 16 pontos críticos — situações excepcionais ao longo das vias que representam riscos à segurança, além de gerar custos adicionais aos usuários, como danos aos veículos, aumento do tempo de viagem e maior consumo de combustível.
De acordo com a CNT, as condições das rodovias impactam em cerca de 24% nos custos dos serviços de transporte. Somente em 2024, as estradas em condições ruins provocaram um prejuízo estimado em R$ 1,69 bilhão no Paraná, enquanto o investimento em obras de infraestrutura no mesmo período foi de R$ 11,97 milhões.
O levantamento também aponta impactos ambientais. Em 2025, a má qualidade do pavimento resultou em consumo excessivo de 60,4 milhões de litros de diesel, gerando um prejuízo de R$ 347,22 milhões aos transportadores e a emissão de aproximadamente 159,63 mil toneladas de gases de efeito estufa.
Apesar dos problemas, houve melhora na classificação geral das rodovias. As estradas consideradas “boas” passaram de 31,3% em 2024 para 33% em 2025. Já os trechos classificados como “ótimos” subiram de 6,3% para 15% no mesmo período. As rodovias avaliadas como “regulares” seguem sendo maioria, com 42,5% em 2025. As classificações “ruim” e “péssima” caíram para 8,3% e 0,6%, respectivamente, ante 20% e 2,8% no ano anterior.
Segundo a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), a melhora está relacionada aos novos contratos de concessão de pedágio. Após o fim dos antigos contratos, em agosto de 2021, a manutenção ficou sob responsabilidade do poder público. A partir de fevereiro de 2024, novas concessionárias assumiram trechos das rodovias, com outros lotes concedidos em 2025.
O estudo da CNT estima que seriam necessários R$ 4,44 bilhões em investimentos para restauração, manutenção e reconstrução das rodovias paranaenses. Entre os dados específicos de 2025, a pesquisa mostra que 77,2% dos trechos são de pista simples, 44,9% não possuem acostamento e 11,7% das curvas perigosas não têm sinalização. No pavimento, não há trechos com asfalto totalmente destruído, mas problemas de sinalização persistem, como ausência de faixa central em 2,9% da extensão e de faixas laterais em 6,2%.
G1