Uma operação sigilosa da Polícia Civil do Paraná, com apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, resultou na prisão de Felipe do Nascimento Costa, de 36 anos, na manhã de terça-feira (2). Ele foi localizado em um apartamento de alto padrão na Rua 222, no bairro Meia Praia, em Itapema (SC). Contra Felipe havia um mandado de prisão ativo expedido pela comarca de Curitiba (PR).
Apontado como o principal articulador de uma organização criminosa, Felipe é suspeito de movimentar mais de R$ 513 milhões em operações de tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro nos últimos anos. Segundo as investigações, o grupo teria ramificações no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, com logística para abastecer facções criminosas com armamento pesado e grandes quantidades de entorpecentes.
O cumprimento do mandado exigiu o arrombamento da porta principal do imóvel após tentativas de verbalização frustradas. Dentro do apartamento, os agentes localizaram uma pistola Taurus TH9, calibre 9mm, municiada, escondida em um fundo falso na parede do quarto dos fundos. Questionado, Felipe afirmou que a arma teria sido deixada por um homem como garantia de um empréstimo — versão que ainda será apurada.
Diante do risco de fuga, ele foi conduzido com algemas até a Delegacia de Polícia de Itapema, onde foi apresentado à autoridade de plantão para os procedimentos legais. A arma apreendida foi encaminhada para perícia.
A prisão integra uma fase de uma ofensiva maior deflagrada em Curitiba, que já havia resultado na prisão de 13 integrantes da quadrilha, no cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e apreensão de jetski, veículos de luxo, pistolas 9mm e R$ 50 mil em espécie. Conforme a investigação, Felipe atuava como elo financeiro e logístico entre fornecedores e facções criminosas, operando com empresas de fachada que teriam movimentado mais de meio bilhão de reais em menos de três anos.
“As investigações mostram que Felipe era o cérebro da operação”, afirmou o delegado Victor Loureiro Mattar Assad, responsável pelo caso. De acordo com ele, o investigado teria participação direta no envio de armamento de grosso calibre de São Paulo para o Rio de Janeiro, abastecendo células do crime organizado.
A operação também está ligada à segunda maior apreensão de haxixe do Brasil, registrada em junho deste ano, quando mais de 700 quilos da droga foram encontrados em Campina Grande do Sul (PR). Na ocasião, dois homens, de 30 e 32 anos, foram presos em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e condução de veículo sem habilitação. A carga estava escondida na carroceria de uma carreta com placas de Santa Catarina.
Jornal Razão