O Dia Nacional do Surdo, celebrado em 26 de setembro, foi marcado por um momento de cultura, reflexão e empatia na Escola Municipal Maria Basso Dellani, no Bairro Presidente Kennedy. Alunos encenaram uma peça que retratou o cotidiano das pessoas surdas e mostraram, por meio da inversão de papéis, as dificuldades enfrentadas na comunicação diária.
Segundo a professora e intérprete Monitiele Kummer, a proposta foi trazer à tona as lutas e conquistas da comunidade surda. “No teatro, o mundo é surdo, e os ouvintes é que passam a enfrentar barreiras de comunicação. É uma forma de mostrar o sentimento das pessoas surdas quando precisam ir ao médico ou realizar uma compra e não conseguem se comunicar”, destacou.
Após a encenação, alunos do 3º ano do ensino fundamental emocionaram com uma apresentação musical em libras, homenageando os cinco colegas surdos que estudam na instituição. A professora Indianara Azevedo, que também é surda, reforçou a importância da atividade: “O teatro mostra para a sociedade que o surdo precisa ser incluído. O surdo sofre muito com a exclusão, e a luta é para que mais pessoas aprendam libras. O surdo tem identidade própria e deve ser reconhecido como um ser normal, apenas não escuta.”
A coordenação pedagógica da escola, representada por Edna de Almeida Fankhauser, explicou que desde 2021 acompanha o trabalho das professoras da sala de recursos multifuncional. O objetivo é promover a alfabetização bilíngue, em português e libras, garantindo que as crianças surdas desenvolvam autonomia e identidade. “É um trabalho essencial, e o mais bonito é ver que os colegas também demonstram interesse e aprendem gestos básicos para se comunicar”, relatou.
A atividade não ficou restrita à escola. Segundo Monitiele, outras instituições podem solicitar a iniciativa junto à Secretaria Municipal de Educação, ampliando a reflexão sobre cidadania e inclusão.
Com informações Jornal de Beltrão.