A filha de Simone da Silva Fialho, encontrada morta na tarde de quarta-feira (19) ao lado de Evanir Pires dos Santos Taborda, contou que ainda tinha esperança de encontrar a mãe viva e que, tanto ela quanto Evanir, estavam felizes com a gravidez. O casal de Chapecó, no Oeste catarinense, mantinha um relacionamento amoroso há mais de um ano. Eles foram vistos pela última vez no dia 20 de janeiro.
A jovem, que prefere não se identificar, contou que a mãe jamais abandonaria os filhos menores de idade, seus irmãos, para viver uma vida amorosa ao lado do companheiro. Com os corpos encontrados na linha Alto da Serra, no interior de Chapecó, ela espera o desfecho da Polícia Civil para identificar os autores do crime.
“Eu já sabia que a polícia iria procurar por eles, mas fiquei sabendo pela internet porque as pessoas começaram a me mandar mensagens. Tinha esperança de vê-la viva, mas depois de meses, você perde essa esperança. Minha mãe jamais iria sumir, é um baque muito grande saber que ela está morta”, conta a filha de Simone.
Evanir era casado com Cláudia Regina Bee, mas mantinha um relacionamento com Simone há cerca de um ano e quatro meses. Segundo a filha, o casal morou junto por um tempo, mas, nos últimos meses, Evanir dormia na casa da esposa, com quem tem um filho de 3 anos.
“Eles moraram juntos, mas nos últimos meses, Evanir estava dormindo na casa da Cláudia, mas para gente, eles [Simone e Evanir] eram marido e mulher”, revela a jovem.
Casal feliz
Simone estava grávida de 11 semanas de Evanir. Segundo a filha, a mãe e o companheiro estavam felizes com a gravidez.
“Na terça-feira [dia 19 de janeiro] ela me mandou mensagem com a foto do ultrassom [do bebê] e no outro dia aconteceu isso. Evanir me contou que estava feliz porque queria muito mais um filho. A minha mãe gostava muito dele, era apaixonada por ele”, ressalta.
Irmãos mais novos
A filha de Simone, de 22 anos, tem outros três irmãos, um jovem de 17 e duas crianças: um menino de 5 anos e uma menina de 1 ano e 7 meses. As crianças estão sob os cuidados de uma babá e seguem acompanhados pelo Conselho Tutelar.
“Eles estão bem cuidados. Eu tinha a minha vida no Paraná, o meu irmão também tem a vida dele. É uma situação triste, mas temos que ser fortes”, diz.
Último dia em que o casal foi visto
Simone estava com Evanir na empresa de lavagem de carros da qual ele era sócio. No dia do crime, a babá das crianças ligou para Simone dizendo que a filha dela estava com febre. Simone disse que faria uma corrida em Xaxim, pois trabalhava como motorista de aplicativo, e que na volta levaria o remédio para a filha, o que nunca ocorreu.
“Eu não sei o que pode ter acontecido, eu não acredito que a minha mãe tenha feito algo para dar motivos para matarem ela. Espero que seja desvendado tudo isso, que quem fez pague porque a minha mãe não merecia esse fim”, disse.
Investigação
A Polícia Civil de Chapecó já ouviu mais de 50 testemunhas desde o início da investigação. O delegado da DIC (Divisão de Investigação Criminal), Vagner Papini, contou que o casal foi morto com disparos de arma de fogo e os corpos enterrados no interior de Chapecó a uma distância entre 6 e 10 metros entre cada cova.
“Trata-se de dois homicídios, mas ainda é prematuro informar a motivação do crime. A investigação segue e aguarda o laudo da perícia nos corpos”, explicou.
Fonte: ND Mais