Os pênaltis. Sempre os pênaltis. Mais uma vez, o Inter caiu de uma competição continental nas penalidades. Depois de ser eliminado da Libertadores do ano passado, os colorados voltaram a decepcionar nos chutes da marca dos 11 metros. Diante do Melgar-PER, ficou no 0 a 0 nos 90 minutos e perdeu na disputa ao perder por 3 a 1. O resultado eliminou a equipe de Mano Menezes da Copa Sul-Americana e restou apenas o Brasileirão até o fim do ano.
Nas cobranças, Edenilson abriu e cobrou muito mal, nas mãos do goleiro. O Melgar converteu. Taison, na segunda, bateu forte e Cáceda brilhou, com grande defesa. Na segunda cobrança dos peruanos, Daniel salvou com o pé. De Pena chutou o terceiro, o goleiro espalmou. Três chutes, três defesas. Cuesta venceu Daniel. Pedro Henrique, enfim, marcou para o Inter. Iberico fez o último e eliminou o time gaúcho.
O tudo ou nada de Mano significou escalar Alan Patrick desde o início, mesmo que estivesse desgastado. Era a única dúvida do técnico, que completou com a equipe já imaginada: Vitão e Mercado na zaga, Bustos e Renê nas laterais, Gabriel, Edenilson e De Pena no meio além de Wanderson e Braian Romero na frente. No Melgar, o técnico Pablo Lavallén incluiu mais um volante, Tandazo, na vaga do atacante Cabrera.
O começo de jogo foi aceleradíssimo. Com 20 segundos, o Inter teve a primeira chance claríssima. A troca de passes começou com Bustos e Gabriel. O lateral deu para Braian Romero, que tabelou com Edenilson, recebeu na frente e ficou cara a cara com o goleiro. Ao tentar driblar Cáceda, porém, acabou sendo desarmado sem concluir.
A resposta do Melgar saiu aos cinco. Pérez Guedes recebeu nas costas de Bustos, entrou na área, se livrou de Vitão e chutou cruzado. Daniel defendeu sem rebote. Aos oito, o Inter teve a segunda oportunidade. Alan Patrick deu um passe na medida para Wanderson, que entrou na área e bateu cruzado. Cáceda fez grande defesa e tirou até o rebote de Romero, que se jogou de carrinho para completar.
O centroavante colorado foi o protagonista do terceiro ataque perigoso. Renê, aos 20, achou Wanderson correndo por trás da defesa. O ponteiro cruzou, Romero antecipou de cabeça e Cáceda voou para espalmar e salvar o Melgar.
Aos 25, o Inter até conseguiu fazer o gol. A jogada foi de Wanderson e Romero, de novo. Desta vez, o argentino serviu Edenilson, que só empurrou para a rede. Mas o centroavante estava impedido, e o lance foi anulado.
Se não conseguia constância na pressão, o Inter ao menos impedia o adversário de chegar. Isso permitia manter-se no ataque e incomodar. Aos 35, após cruzamento da esquerda, Mercado cabeceou para o meio da área e quase ganhou um gol de presente em uma cabeçada contra a própria meta de um defensor do Melgar.
A etapa inicial terminou mais morna. A superioridade do Inter foi nítida, mas não transformá-la em gol deixou o estádio apreensivo no intervalo.
O Inter voltou do vestiário tentando demonstrar a mesma agressividade que havia iniciado o primeiro tempo. Aos dois minutos, Wanderson criou boa chance. Ele foi lançado por Vitão, entrou na área e bateu. A bola chegou a desviar no caminho, mas ficou nas mãos do goleiro.
Aos sete, outra boa oportunidade. Romero e Alan Patrick pressionaram Ramos, recuperaram a bola. O camisa 10 cruzou rasteiro de um lado para o outro. Bustos chegou, dominou e bateu. Cáceda fez grande defesa.
Mas parou por aí. O Melgar, organizado e matreiro, reduzia o ritmo do jogo. Cada lateral demorava, cada falta era valorizada. O Inter não produzia o suficiente, não incendiava o estádio e não pressionava como deveria. Aos 19, Mano fez a primeira troca: saiu Alan Patrick, cansado, e entrou Taison.
O panorama não se alterou. Pelo contrário. O jogo ficou controlado pelo Melgar. Por mais que não atacasse, o time peruano não corria maiores riscos. A situação colorada ficou ainda mais dramática aos 29. Gabriel cometeu uma falta no meio do campo e levou cartão vermelho direto. O final da partida seria com um jogador a menos, de novo.
A situação obrigou Mano a fazer mais duas trocas: fora Wanderson e Romero, dentro Pedro Henrique e Mikael, o estreante da noite.
Mesmo com 10 contra 11, era o Inter quem conseguia atacar. O problema estava no último passe antes da conclusão. Taison, principalmente, não dava boas sequências às jogadas. Pedro Henrique teve uma boa arrancada, mas o cruzamento foi cortado na hora da conclusão. O Melgar teve sua oportunidade em chute de Pérez Guedes, que Daniel salvou com uma grande defesa.
Nos seis minutos de acréscimo, os visitantes foram mais perigosos. Coube ao Inter apenas se defender e aguardar o apito final para tentar a sorte nos pênaltis.
Portal de Beltrão via Gaúcha ZH