Como só fez um, com Alan Patrick, viu o adversário crescer no segundo tempo, permitiu o empate por 1 a 1 e, a três rodadas do fim do Brasileirão, tem apenas três pontos a mais do que o adversário desta segunda-feira no Beira-Rio com 37 mil pessoas. Será preciso buscar pontos fora e dentro de casa para escapar do Z-4.
Com Rochet como novidade, o Inter foi escalado no 4-4-2 clássico. Aguirre foi o lateral-direito, Bruno Gomes entrou no meio-campo, com Thiago Maia, Alan Rodríguez e Alan Patrick. Na frente, Borré e Vitinho. O Santos veio bastante mexido. Sem Neymar, Vojvoda trocou os laterais Igor Vinícius e Souza por Mayke e Escobar, mais defensivos. Também devolveu Rollheiser e Thaciano aos titulares, além de Robinho Jr.
O Inter começou no ritmo da torcida. O Beira-Rio rugia e o time pressionava. Aos 30 segundos, Alan Rodríguez ganhou na força e cruzou rasteiro. Vitinho dividiu com Frías, que salvou para a linha de fundo. Foram três escanteios seguidos, um deles com perigo porque a bola ficou quicando na área, até que o Santos afastasse.
Sem aquele ritmo alucinante, o Inter seguiu insistindo. Aos 12, Thiago Maia encontrou espaço no meio da defesa do Santos e acionou Vitinho. O problema é que o passe foi um pouquinho mais forte do que precisava, e o atacante colorado perdeu o ângulo, facilitando para Brazão interceptar o cruzamento que chegaria em Borré.
A pressão continuava, mas aos 19 minutos, aliou-se a ela a calma que tinha faltado até então. Depois de trocar passes, envolver o Santos de um lado para o outro, Alan Rodríguez recebeu na entrada da área. Com um toque sutil, ele acionou Borré, que estava entre os zagueiros. O colombiano deu uma assistência de peito para Alan Patrick ajeitar e encher o pé esquerdo: Inter 1 a 0.
Logo depois de abrir o placar, com o estádio ainda pulsando, quase veio o segundo. Borré fez uma jogada de ponteiro direito, passou por dois adversários e cruzou rasteiro. Alan Rodríguez chegou meio segundo atrasado e a defesa cortou.
Aos 24, outra oportunidade. Alan Patrick cobrou falta para a área e o efeito procurante encontrou a cabeça de Borré, que ganhou de todo mundo no alto. A conclusão saiu pouco acima do travessão. No minuto seguinte, Alan Rodríguez ganhou a dividida e encontrou Vitinho entrando em velocidade pela direita. O zagueiro adversário conseguiu dividir e a bola saiu.
Aos 28, Thiago Maia lançou Borré, que ganhou da zaga mas adiantou demais, Brazão se atirou na bola e impediu o chute.
Outra chance clara apareceu aos 31. Depois de sair jogando pelo chão desde o tiro de meta, a bola chegou até Borré, que deu de letra para Thiago Maia. O passe do volante foi na medida para Vitinho, pelo lado esquerdo. Seu chute acertou a rede, pelo lado de fora.
Aos 36, um lance inacreditável. Alan Patrick acionou Vitinho. O atacante entrou na área, cortou para dentro e bateu com categoria. A bola deu na junção do travessão com o poste. No rebote, Alan Patrick encheu o pé. E não é que novamente a bola explodiu na trave? E ainda nas costas de Brazão. E não entrou.
No lance seguinte, Bernabei foi ao fundo, ganhou de Mayke e entrou na área. Ele ajeitou para trás. Borré dominou mas chutou fraco e Brazão defendeu. Aos 40, nova cobrança de falta para a área, dessa vez Vitinho cabeceou, ao lado da trave.
Ainda deu tempo para mais uma chance. Aos 43, em contragolpe iniciado por Borré, Alan Patrick lançou Bernabei na ponta esquerda. O lateral cabeceou para o meio e o colombiano não alcançou por centímetros. E Borré teve outra oportunidade no último lance. Pela esquerda, ele arrancou, deixou a defesa para trás e chutou, desequilibrado, para fora. Até algumas vaias foram ouvidas, logo abafadas pelos aplausos.
Era curioso. O Inter fez seu melhor primeiro tempo no Brasileirão. E deixou o gramado no intervalo com uma má sensação, porque só estava 1 a 0 um jogo que poderia, tranquilamente, estar quatro.
Segundo tempo
Vojvoda mexeu em três jogadores no vestiário para tentar devolver a competitividade a seu time. Ramón Díaz manteve os mesmos 11 que começaram.A segunda etapa iniciou em ritmo bem menos acelerado. O Inter estudava as mexidas do Santos, que não conseguia produzir. Por isso, era uma partida mais conservadora de parte a parte.
O Santos fez Rochet trabalhar com as mãos pela primeira vez aos nove minutos. Após Borré afastar mal a bola da área, Escobar pegou o rebote e arriscou. Era um chute cruzado, perigoso, mas o uruguaio defendeu sem rebote. Aos 10, a resposta. Bernabei recebeu de Alan Patrick e cruzou rasteiro, Vitinho pegou mal na bola.
O estádio se encheu de euforia aos 15 minutos. Foi quando Ramón Díaz chamou Ricardo Mathias, o herói do jogo contra o Ceará. Bruno Henrique viria na mesma troca.
Só que quando ela ocorreria, o Santos empatou. No primeiro chute na direção do gol, em um cruzamento da esquerda, Barreal teve espaço para ajeitar e estufar a rede de pé esquerdo: 1 a 1.
As trocas vieram logo depois. Mathias no lugar de Borré, que saiu vaiado, e Bruno Henrique na vaga de Braian Aguirre. Com isso, Bruno Gomes foi para a lateral.
Aos 22 minutos, o Inter voltou a finalizar. Alan Patrick cobrou falta da entrada da área e Brazão espalmou. Outra falta, ainda mais perto, logo depois, explodiu na barreira. Ramón Díaz fez mais uma troca, com Gustavo Prado no lugar de Alán Rodriguez.
Só que o Inter acusou o gol. Se tinha alguma naturalidade, ela foi embora no empate. Tanto que o Santos levou perigo aos 37, quando Thaciano recebeu na área e chutou na rede por fora. No minuto seguinte, o Inter voltou a atacar, Ricardo Mathias recebeu e tentou sozinho, Brazão defendeu em dois tempos.
O desespero bateu no final. Sem alternativas, o Inter mais corria risco de levar a virada do que de vencer. Ramón Díaz tentou alguma coisa com Romero e Alán Benítez. E Gustavo Prado teve a bola do jogo. Alan Patrick, aos 46, deu o passe na medida, ele entrou na área, enquadrou o corpo e bateu, por cima. O drama continua. Ou aumenta.
Gaúcha ZH