Para tentar equilibrar as contas até 2028, os Correios iniciaram um amplo plano de reestruturação que inclui cortes de despesas, venda de imóveis e redução do quadro de pessoal. A estatal, que acumula prejuízo de cerca de R$ 6 bilhões apenas até setembro de 2025, também confirmou um empréstimo de R$ 12 bilhões e a previsão de captar mais R$ 8 bilhões em novas operações de crédito no próximo ano.
Um dos pontos centrais do projeto é o fechamento de mil agências consideradas deficitárias até 2027, medida que, segundo a direção, deve gerar economia de R$ 2,1 bilhões. O presidente da estatal, Emmanoel Rondon, afirmou que a decisão será tomada com cautela para preservar o princípio da universalização do serviço postal.
"Vamos ponderar o resultado financeiro das unidades com a necessidade de manter o atendimento em todo o país, evitando ferir a universalização ao fecharmos pontos de venda", destacou durante coletiva em Brasília.
A redução do quadro de funcionários também faz parte do plano. A empresa pretende lançar dois programas de demissão voluntária (PDVs) até 2027, com meta de cortar 15 mil vagas. Somadas às mudanças em benefícios, as medidas devem diminuir em cerca de R$ 2,1 bilhões por ano as despesas com pessoal.
Os planos de saúde e previdência dos empregados estão entre os alvos de revisão. De acordo com Rondon, o modelo atual oferece boa cobertura, mas tornou-se financeiramente insustentável para a estatal.
Com 90% de seus custos classificados como despesas fixas, a companhia afirma ter pouca flexibilidade para responder às mudanças do mercado. A expectativa é que, com as demissões, ajustes em benefícios e venda de ativos, os Correios consigam cortar aproximadamente R$ 5 bilhões em gastos até 2028, além da possibilidade de arrecadar até R$ 1,5 bilhão com a comercialização de imóveis.
Com informações Gazeta do Povo