Uma professora de 39 anos é suspeita de agredir alunos de 3 anos de idade do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Padre Lívio Donati de Castro, nos Campos Gerais do Paraná. Ela foi investigada e indiciada pela Polícia Civil (PC-PR) pelo crime de maus-tratos, agravado pela idade das vítimas.
O delegado Marcondes Ribeiro, responsável pelo caso, explica que o inquérito foi aberto após uma mãe registrar um boletim de ocorrência (B.O.) e apresentar uma gravação feita em casa, onde a criança - sem perceber que estava sendo filmada - contou aos pais que a professora puxava seu cabelo e também agredia os colegas de sala.
Durante as investigações, conta ele, foram ouvidos os pais de oito crianças, todos com relatos semelhantes quanto às agressões e comportamentos da professora dentro da sala. Alguns também apresentaram vídeos de relatos dos filhos sobre as agressões sofridas.
"Inclusive, teve mãe que percebeu um comportamento estranho da criança; percebeu que a criança tinha medo de ir para a escola, que não era natural esse medo nos anos anteriores, com outros professores", explica Ribeiro.
Como o caso envolve crianças, o processo está em sigilo na Justiça e o nome da professora não foi oficialmente revelado.
A defesa da professora disse que confia na absolvição da cliente, afirmou que ela nunca praticou nenhum ato de maus-tratos e que isso será demonstrado no decorrer do processo. Esclareceu que a cliente foi afastada e ao fim dos procedimentos do município retomou a função em outra unidade, mas nesse momento está de licença do cargo. E ainda, defesa afirma que a professora está sofrendo ameaças, mas nunca agiu de maneira negligente ou agrediu um aluno.
O delegado afirma que a professora optou por ficar em silêncio durante o interrogatório.
Em nota, a prefeitura de Castro disse que concluiu um Processo Administrativo Disciplinar contra a professora, mas que as informações não podem ser divulgadas porque o procedimento tramitou em sigilo. O município afirmou, também, que aguarda o julgamento de eventual ação penal para avaliar se deve adotar alguma outra medida.
Ao g1, a prefeitura também disse que a servidora chegou a ser suspensa, mas que "após cumprir o prazo determinado pela lei retornou às suas atividades". "Agora, a Prefeitura aguarda a conclusão do processo judicial para saber se novas sanções serão cabíveis e aplicáveis".
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirma que o inquérito foi relatado na segunda-feira (20) e será analisado pela Promotoria de Justiça, "que tem prazo de 10 dias para o oferecimento da denúncia, já que a indiciada não está presa, ou indicar a necessidade de realização de diligências imprescindíveis à elucidação dos fatos".
G1