Nesta quinta-feira (16), agentes da PF cumpriram mandados na residência do secretário e apreenderam três carros de luxo: uma Ferrari (avaliada em mais de R$ 2 milhões), um Porsche e uma Mercedes-Benz.
Em nota, Ferreira afirmou não ter conhecimento sobre os crimes investigados e disse que nada de ilícito foi encontrado em sua residência. "Assim que tivermos acesso ao inquérito policial, informaremos maiores detalhes", escreveu.
A investigação inclui dados extraídos do celular de um operador financeiro do esquema. Segundo o delegado Eduardo Verza, o grupo utilizava contas de laranjas e empresas de fachada para lavar dinheiro do tráfico internacional de drogas. "Eles se utilizam da estrutura do mercado formal para que o dinheiro do crime organizado retorne com aparência lícita", explicou.
O documento mostra mensagens trocadas entre Ferreira e o operador financeiro entre 2022 e 2024. Na época, Ferreira era presidente do Pinbank, uma fintech, e teria oferecido a estrutura da empresa para movimentação de recursos suspeitos. Em nota, o Pinbank informou que Ferreira foi diretor-presidente por apenas 18 dias e não tinha poderes para representar a companhia. O vínculo, segundo o banco, não existe mais.
Entre as transações investigadas, em dezembro de 2022, Ferreira teria auxiliado na movimentação de R$ 40 mil sem que os valores saíssem diretamente de sua conta, e em abril de 2023, o operador financeiro solicitou autorização para creditar R$ 1 milhão, alegando ser venda de imóvel, o que os investigadores consideram simulação negocial para ocultar bens.
Em nota, a Prefeitura de Maringá informou que o secretário pediu licença temporária para esclarecer os fatos e que nenhuma certidão exigida na nomeação identificou irregularidades. O superintendente da Secretaria de Fazenda, Alessandro Barbosa, assumirá o cargo de forma interina.
A investigação segue em andamento, com análise de documentos, mensagens e movimentações financeiras relacionadas ao esquema de lavagem de dinheiro.
G1