O mercado da soja fechou em altas fortes nexta segunda-feira (28), com as tensões entre Rússia e Ucrânia aumentando, já que a primeira reunião de paz entre os dois países terminou sem nenhum resultado positivo. O mercado repercutiu a notícia pessimista e a soja subiu 54,25 pontos para o vencimento de maio 22, sendo negociada a US$ 16,38. Já o julho 22 chegou a US$ 16,20, um incremento de 47 pontos.
Em entrevista ao programa Tempo & Dinheiro, comandado pelo jornalista João Batista Olivi, o consultor Vlamir brandalizze, da Bradalizze Consulting, explicou que, além da variação de preços na Bolsa de Chicago, o produtor precisa ficar atendo para a disponibilidade de insumos para a próxima safra. Como as tensões entre a Rússia e a Ucrânia estão cada vez mais complicadas, portos ucranianos e russos estão parados ou com graves dificuldades logísticas. Há inclusive realtos de navio cargueiros que estão sendo alvejados em mares da região, como o mar negro e Azov.
Além disso, muitos fabricantes europeus de fertilizantes e insumos agrícolas dependem de países como a Rússia e a Bielorússia, grandes fornecedores desses produtos. Brandalizze ressalta que o produtor rural deve se precaver e adiantar suas compras de insumos, já que a disponibilidade dos mesmos pode ficar cada vez mais escassa.
"A safra atual não terá tantos problemas, pois o produtor ainda tem fertilizante disponível no solo e até mesmo a safra de outubro poderá acontecer com menor utilização ou aplicações localizadas. Porém, há também um certo temor com relação à disponibilidade de sementes, já que uma parte dessa produção foi duramente afetada pelas adversidades climáticas. O alerta que fica é que o produtor precisa estar atento e se adiantar para não ter problemas lá na frente", alertou.
